Le paléomagnétisme du bouclier des Guyanes : état des connaissances et analyse critique des données

Paleomagnetism of the Guiana Shield: current knowledge and critical analysis of the data
Auteurs: 
H. Théveniaut, C. Delor
Année: 
2003
Numéro revue: 
2
Numéro article: 
2

Resumo

O Escudo das Guianas é uma das regiões do globo cujas formações geológicas cobrem um período muito grande da história da Terra, desde 3 Ga atrás, com predominância de terrenos pré-cambrianos. Nos últimos 40 anos, muito poucos estudos paleomagnéticos foram realizados nessa região, os quais apresentaram lacunas no que diz respeito a um parâmetro essencial que é a idade da magnetização. Levando em conta os diversos contextos geológicos considerados (plutônico, metamórfico, vulcânico, sedimentar) e os processos geodinâmicos envolvidos, bem como na base de novos critérios de qualidade dos dados paleomagnéticos e isotópicos, estamos apresentando, nesse trabalho, um balanço dos estudos paleomagnéticos por ora realizados e as perspectivas para futuras pesquisas neste domínio. Os resultados disponíveis até o momento permitem uma melhor visão das evoluções paleogeográficas do Escudo das Guianas no período em torno de 2,15-2,05 Ga. Entretanto a diversidade das respostas paleolatitudinais torna necessários estudos complementares tendo em vista o contexto geodinâmico Transamazônico para o qual surge a questão da mobilidade dos diversos domínios do Escudo das Guianas e das relações mútuas desses domínios. Referente ao período entre 1,9 e 1,4 Ga, os primeiros resultados paleomagnéticos obtidos para formações plutônicas e sedimentares merecem ser ampliados. Para as numerosas fases de atividade vulcânica que atuaram nesse período, novos dados geocronológicos devem ser acrescentados. Praticamente nenhum estudo foi realizado até agora para o período entre 1,4 Ga e 200 Ma embora esse intervalo de tempo corresponda a numerosas unidades podendo fornecer informações para o escudo como em todo, devido à relativa estabilidade deste durante o referido período. No Jurássico, os episódios vulcânicos ligados aos estágios de fraturamento que antecederam a abertura do Oceano Atlântico foram objeto de numerosos estudos que hoje permitem concluir que o escudo ocupava uma posição quase idêntica à atual. Finalmente, apesar das formações sedimentares pós-jurássicas serem pouco representadas e pouco estudadas, os processos de alteração que afetaram o Escudo das Guianas nessas últimas dezenas de milhões de anos foram objeto de pesquisas recentes que forneceram informações valiosas sobre esses fenômenos e deverão prosseguir nos próximos anos.

Résumé

Le Bouclier des Guyanes est l’une des régions du globe où les formations géologiques couvrent une très grande période de l’histoire de la Terre depuis 3 Ga, avec prédominance des terrains précambriens. Trop peu d’études paléomagnétiques ont été réalisées depuis 40 ans sur cette région, et souvent avec des lacunes quant à la contrainte essentielle concernant l’âge de l’aimantation. Au regard des contextes géologiques considérés (plutonique, métamorphique, volcanique, sédimentaire) et des processus géodynamiques envisagés, et sur la base de nouveaux critères de qualité des données, d’ordre paléomagnétique et isotopique, nous dressons ici un bilan des études paléomagnétiques qui y ont été réalisées et établissons des perspectives pour les études futures. Les résultats actuellement disponibles laissent entrevoir une meilleure connaissance des évolutions paléogéographiques du Bouclier des Guyanes vers 2,15-2,05 Ga. La diversité des réponses paléolatitudinales appelle cependant des études complémentaires, compte tenu du contexte géodynamique transamazonien où se pose la question de la mobilité de différents domaines du Bouclier guyanais les uns par rapport aux autres. Pour les périodes comprises entre 1,9 et 1,4 Ga, les premiers résultats paléomagnétiques obtenus sur des formations plutoniques et sédimentaires méritent d’être abondés, et pour ce qui est des nombreuses phases d’activité volcanique, de nouvelles contraintes en âge sont à envisager. Peu ou pas d’études ont jusqu’ici été entreprises entre 1,4 Ga et 200 Ma alors que cet intervalle de temps couvre un large éventail de formations, potentiellement informatives pour l’ensemble du bouclier compte tenu de sa relative stabilité dans le même laps de temps. Les épisodes volcaniques liés aux stades de fracturation jurassique pré-ouverture de l’océan Atlantique ont fait l’objet de nombreuses études qui permettent aujourd’hui de conclure que le bouclier se trouvait dans une paléoposition quasiment identique à celle actuelle. Enfin, si les formations sédimentaires post-Jurassique sont peu présentes et peu étudiées, les phénomènes d’altération qui ont affecté le Bouclier des Guyanes depuis quelques dizaines de millions d’années ont fait l’objet d’études récentes qui ont apporté de nouvelles contraintes très importantes sur ces phénomènes et devraient être poursuivies dans les années à venir.

Mots-clés : Paléomagnétisme, Guyane, Guyana, Suriname, Brésil, Venezuela, Bouclier guyanais.

Abstract

The Guiana Shield is one of the regions of our globe where the formations, which are predominantly Precambrian, cover a significant period of the Earth's history over the last 3 Ga. However, too few paleomagnetic studies of this region have been carried out within the last 40 years, and all too often these lack the essential constraints for determining the age of the magnetization. In view of the considered geological contexts (plutonic, metamorphic, volcanic, sedimentary) and associated geodynamics, and on the basis of new quality criteria relative to the paleomagnetic and isotopic data, we have been able to analyse the past paleomagnetic studies and establish criteria for future studies. The currently available results point to a better understanding of the paleogeographic evolution of the Guiana Shield at around 2.15-2.05 Ga. Nevertheless, further studies are required to explain the diversity of the paleolatitudinal responses in the context of Transamazonian geodynamics where questions arise as to the relative mobilities of the different domains of the Guiana Shield. The first paleomagnetic results from the plutonic and sedimentary formations of the period between 1.9 and 1.4 Ga should be abundant, and new age constraints should be obtained for the many phases of volcanic activity. Few studies, if any, deal with the period from 1.4 Ga to 200 Ma. Nevertheless, this is a time interval that is represented by a wide variety of formations that are potentially informative for the entire Shield given its relative stability over this period. The Jurassic volcanic episodes associated with the stages of fracturing that preceded the opening of the Atlantic Ocean, have been the subject of abundant studies. The results of these studies allow us to conclude that the paleoposition of the Shield was just about the same as it is today. Finally, although post-Jurassic sedimentary formations are relatively scarce, and therefore little studied, the weathering processes that have affected the Guiana Shield over the past few tens of millions of years have been the focus of recent investigations. These studies have yielded new and very important constraints concerning the weathering processes, and it is a line of investigation that should be continued in the coming years.

Key words: Paleomagnetism, French Guiana, Guyana, Suriname, Brazil, Venezuela, Guiana Shield

Dernière mise à jour le 03.08.2015